Wednesday 18 January 2012


-  tem identificação?

estava procurando um pouco de sombra logo depois de fotografar uma igreja lá na morro da previdência. ubaldo precisava de uma troca de filme.

-  tenho uma fotocópia do passaporte e visto.

aparece que a polícia da pacificação tomou um interesse em mim. mostrei ele revistou e quis algo mais autêntico. além do fato que reconheceu que levando passaporte há um risco de ser roubado dele. mostrei a minha carteira de motorista.

parece que isto foi o processo de pacificação das “comunidades” a upp conhece todo mundo que mora lá e entrevista gente que querem entrar. nem sabia que estava numa favela. só notei que a rua acabou e tive que acender o que pareceu milhares de escada.

-  houve algo de errado aqui? disse que houve um cara lá embaixo que disse que devo subir também falei da gente no centro cultural correios que disse que devo subir.

-  não até que é mais seguro aqui do que abaixo aqui pode andar à vontade tirar fotos que o quiser salvo dos meninos. até que há uma mirante por perto que… e me levou à mirante. foi no caminho que perguntei sobre a u.p.p. ele está sempre ao lado da igreja que fotografava. e disse duma cruz bem velha um pouco mias para cima. pena que hoje foi tão abafante. pedi se fosse a bangú que achei um pouco estranho mas sim. ele estava pensando na escola de samba.

passei bastante tempo lá com a máquina fora falando com gente mas me senti como um colonizador sabia que podia sair, e agora sabia que estava lá porque houve o u.p.p.
o gozado é que senti mais seguro aqui do que nas ruas chegando até aqui. ninguém me suspeitou podia entrar numa conversa sobre mengão. o cara me mostrou o novo banco itaú de 34 horas. fiz retratos das praças, dos gatos, e também das calçadas usando as sombras para confundir o espaço. mesmo sentindo aquele tipo de turista, pude dedicar-me ao que me interesse. os pontos humanos que vi. roupa secando, decorações nas casas. coisas que celebra o indivíduo.

logo antes que isto parei um pouco mais embaixo para fingir de fotografar um lanchonete quando realmente quis fotografar três saquinhos de lixo pendurados. tive que esperar até uma idosa passasse.

passando ela pensando que quis fotografar a vista, falou que a vista do seu apartamento é melhor ela morava no morro um 45 anos. quis fazer uma foto dela mas disse que com 75 anos era velha demais e negou a oferta. vendo nós dois conversando um funcionário - o robinson - veio falas sobre outras mirantes no morro. que estou seguro aqui falei que estava nos estádios de futebol da antiga guanabara e falou da copa das favelas deste fim de semana. novamente fico triste.

além de me sentir mais calmo ainda esconde a máquina tirando-a somente quando for preciso. claro como disse isto atrai ainda mais atenção.

descendo finalmente guardei as máquinas a fui a morro da conceição para explorar o parte que não vi por falta de filme. mais atenção à humanidade. porque também estou habituado a comer só entrei dois restaurantes para ver os cardápios nada para mim.

fui a livraria da travessa no centro cultural do banco do brasil à fim que comprar uns livros mas sabendo que posso comprá-los dos estaites sem ter mais peso nas malas saí sem compras. mesmo assim entrei mais uma livraria antes de voltar ao apartamento.

no segundo passeio quis achar a loja fotográfica na voluntários da pátria. claro que não achei e claro que com mais gente fiz menos fotos. mas achei um elevador num morro lá que quero subir.

ainda na procura de presentes fui à feira do posto seis e finalmente vi o oceano. a feira me parecia cínica a maioria das barracas vendendo a mesma coisa.

um açaí de 500 antes que ir a pizzaria guanabara para uma pizza mussarela. sentei afastado de grupos, tirei o livro e li. logo depois outro cara da minha idade sentou por perto, pedi uma pizza comeu e saiu com pressa. falei um pouco com o moço que teve problemas com a cartão de crédito. mais uma pessoa que passa pela vida da gente.

agora a falta de tempo pressiona.

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